Sorria 2 mantém fórmula previsível, mas destaca Naomi Scott

O filme Sorria 2 dá continuidade à franquia de terror iniciada em 2022, mantendo a premissa de um parasita demoníaco que enlouquece e mata suas vítimas em uma semana. Com um orçamento maior de US$ 28 milhões, o longa tenta expandir a mitologia apresentada no original, trazendo uma nova protagonista: a estrela pop Skye Riley, interpretada por Naomi Scott. Skye, que enfrenta o luto pela morte do namorado e seus próprios vícios, começa a ter visões perturbadoras que corroem sua percepção da realidade, fazendo com que ela, e os espectadores, percam a capacidade de discernir o que é real ou imaginário.

O diretor e roteirista Parker Finn mantém o mesmo estilo do primeiro filme, focado em sustos fáceis e na atmosfera de pesadelos que permeia a trama. Embora Sorria 2 tenha uma premissa interessante, a execução não consegue inovar e acaba repetindo alguns dos tropeços do original. Finn se mostra habilidoso na criação de cenas aterrorizantes, mas o filme falha em explorar mais profundamente a mitologia do parasita demoníaco, mantendo-se na superfície e apostando em choques previsíveis para manter a atenção do público.

A história de Sorria 2 é familiar para quem já assistiu ao primeiro filme: uma vítima é amaldiçoada, sofre com visões assustadoras e, ao final de uma semana, comete suicídio, passando a maldição adiante para quem testemunhar sua morte. No entanto, desta vez, Finn adiciona novos elementos à trama ao situar a protagonista no mundo das celebridades, o que oferece uma nova dinâmica. O fato de a protagonista ser uma popstar mundialmente famosa acrescenta uma camada de pressão à narrativa, com a personagem lutando para manter sua sanidade enquanto tenta retomar sua carreira em meio a uma turnê global.

Apesar das limitações da trama e da repetição de fórmulas, Sorria 2 brilha em um aspecto: a atuação de Naomi Scott. Conhecida por papéis em filmes como Aladdin e As Panteras, Scott se firma como uma scream queen talentosa, capaz de transmitir com intensidade o terror e o desespero vividos por sua personagem. Sua performance é convincente e carrega o filme, mesmo quando o roteiro falha em sustentar a lógica da história. Skye Riley, sua personagem, passa por uma jornada de descida à loucura que poderia facilmente resvalar para o exagero, mas Naomi evita essas armadilhas com uma atuação equilibrada entre carisma e fragilidade.

O clímax do filme, assim como no original, depende de um monstrinho que poderia ser mais elaborado. Porém, com a presença forte de Scott em cena, até os momentos menos críveis se tornam assistíveis. Sua capacidade de mergulhar na vulnerabilidade de sua personagem, sem perder o controle emocional necessário para sustentar a trama, é o verdadeiro ponto alto de Sorria 2.

No geral, Sorria 2 entrega o que se espera de um filme de terror de Hollywood: sustos fáceis, cenas de tensão e uma protagonista carismática. Embora não inove, é eficiente no que se propõe e deve atrair fãs do gênero.

Fonte: uol